Ressignificação 2025
Na pintura, retorno ao corpo como campo de disputa simbólica. Referencio Artemisia Gentileschi, que transformou a violência sofrida em ato de justiça pictórica. Assim como ela decapta o agressor em companhia de sua serva, traduzo a experiência pessoal em cena coletiva, onde a vítima se torna agente.
Ao refazer essas imagens, reinscrevo minha própria experiência de violência. O gesto de decapitação não é vingança literal, mas metáfora da sobrevivência: do corpo que, ao ser representado, resiste. A cada pincelada, a violência se converte em possibilidade de vida.